manifesto 'os 10 rolamentos'

A 'GRAVOSFERA 2023' é uma coleção de 12 rotas circulares pensadas para serem percorridas com bicicletas de tipologia gravel (ou btt).

  1. Não terás o suporte de terceiros. Percorre as rotas de forma autónoma e tendo como base o princípio da responsabilidade individual.
  2. Não interpretes a Gravosfera como uma competição, campeonato, prova ou evento. Não há qualquer tipo de atribuição de prémios ou classificações, embora procuremos destacar o/as aventureiro/as que percorram o maior número de rotas e inspirem a comunidade.
  3. Não tomarás em vão o nome da Gravosfera, menciona o projeto nas tuas redes sociais e aplicações de ciclismo ao publicares conteúdos vídeo e de fotografia sobre as rotas.
  4. Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao gravel, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum. Pois em seis dias o Senhor fez os estradões, os trilhos e e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou.
  5. Honra e cumpre as regras de trânsito e de circulação rodoviária, utiliza capacete e iluminação em condições de visibilidade reduzida.
  6. Não desrespeitarás o ambiente e as comunidades locais: não deixes marcas nocivas da tua passagem e sê gentil e cordial com quem te cruzas ao longo do percurso. O teu comportamento afetará a forma como o/as outro/as aventureiro/as serão encarado/as. Somos uma comunidade que quer deixar um legado positivo.
  7. Não pedalarás sem seguro de ciclismo com cobertura de acidentes pessoais e responsabilidade civil.
  8. Não furtarás as rotas da Gravosfera. Acederás aos ficheiros dos percursos (e informações sobre as mesmas) através do registo.
  9. Não darás falso testemunho contra o teu próximo: sê um embaixador da comunidade Gravosfera, incentiva os teus amigos a se registarem e assim a contribuirem para o desenvolvimento do projeto.
  10. Não cobiçarás, nem te apropriarás, indevidamente, dos percursos da Gravosfera para fins comerciais ou de gratificação pessoal. Se planeares ações com fins lucrativos recorrendo a rotas da Gravosfera, como bike tours ou eventos, deverás solicitar autorização prévia à FinisTerra CC.

porque é importante a inscrição/pagamento?

A época 2023 será crucial para a comunidade determinar o futuro da Gravosfera. Um projeto com estas características apenas será viável e dinâmico com o suporte comunitário. Por apenas 30€ terás acesso às rotas gravel mais espetaculares do país e a informação detalhada sobre as mesmas para tirares o melhor proveito possível. Este ano estreamos o Brevet Card (passaporte) Gravosfera em que poderás marcar e assinalar as conquistas das rotas. Temos, ainda, surpresas e desafios proporcionados pelos nossos amigos e parceiros.

As rotas - enquanto 'produto' final - resultam de um trabalho aprofundado de meses, que envolve horas indetermináveis de desenho/estudo online e dias completos de verificações/reconhecimento no terreno. A quilometragem testada é muito superior à que está visível/disponível. Troços que não resultam ou até mesmo rotas que foram eliminadas por não funcionarem, de todo, na prática. Custos de deslocação (há rotas de Norte a Sul!), noites frias e mal dormidas ao relento ou nos bancos do carro, quilos de comida de supermercado, quedas feias, lama até ao pescoço, material danificado, quilómetros e quilómetros de hike-a-bike. Tudo para que quando te desloques ao terreno tenhas a garantia que percorrerás uma rota que funcione e que (sobretudo) seja prazerosa. Um agradecimento sentido aos diversos colaboradores locais que permitiram que estas tarefas não se tenham tornado ainda mais árduas!

a gravosfera é só para bicicletas GRAVEL?

Na nossa interpretação, a bicicleta de tipologia gravel é o instrumento perfeito para as rotas da Gravosfera, pois asseguram um bom equilíbrio entre estradas secundárias e off-road, permitindo a conciliação de diferentes contextos territoriais. As rotas têm proporções off-road a rondar os 40-70%, sendo que praticamente todas ultrapassam os 50%. Não obstante, há algumas rotas com troços mais desafiantes e técnicos, em que as MTB/BTT proporcionam maior conforto. Em suma, as rotas também podem ser percorridas com este tipo de bicicletas e proporcionar, igualmente, umas voltas porreiras. Independentemente da bike, recomendamos pneus com largura minima de 40mm, embora todas as rotas tenham sido percorridas com uma bicicleta gravel (sem suspensão e de gama baixa) com pneus de 38mm (um furo em aproximadamente 1.500K). Assinalamos, ainda, que uma experiência em bicicleta não se limita às superfícies que percorres, mas também ao roteiro paisagístico e sociocultural envolvente. Velocidade permite-te chegares mais rápido. A tranquilidade permite-te ires mais longe.

ter seguro de ciclismo é obrigatório?

Não efetuaremos qualquer verificação, pois deverás ser responsável e assegurar a tuas próprias condições de segurança e que minimizem consequências negativas em caso de acidente. Aconselhamos vivamente que tenhas um seguro pessoal de ciclismo válido e que abranja proteção individual e responsabilidade civil. Estão disponíveis no mercado opções muito acessíveis e que te permitem abranger durante todo o ano civil, em todas as voltas e treinos quotidianos. Com um seguro estás também a zelar pelo bem de quem te rodeia, nomeadamente familiares em primeiro grau. Também deves minimizar os riscos de acidente ao respeitar as regras de circulação rodoviária e ao tomar as devidas precauções de segurança (verificação mecânica regular, capacete, refletores na bike e corpo, iluminação dianteira e traseira, assim como colete refletor em condições de visibilidade reduzida).

Porque nesta edição não há rotas no interior?

Na verdade, há rotas no interior e em localizações rurais ou que se deslocam entre o litoral e o interior do território. Efetivamente, não estão localizadas na faixa interior mais fronteiriça como ocorreu na edição do ano passado. Trata-se de uma opção com base numa análise custo-beneficio. Em 2022, tivemos rotas espetaculares no interior 'profundo' do país a serem percorridas por apenas meia dúzia de participantes. Trata-se de um contexto insustentável para os meios que possuímos. O território é dinâmico e as condições meteorológicas (este inverno teve um período muito chuvoso!) provocam transformações nos estradões/trilhos e não há forma de se efetuar uma verificação anual. Não obstante, assinalamos que as rotas de 2022 continuam disponíveis para serem percorridas (mediante pedido dos ficheiros). Para além disso, apresentaremos, brevemente, rotas bikepacking que explorarão estes territórios e assinalamos que também há outros projetos - com componente gravel - que estão presentes nestes meios.

POSSO COMEÇAR EM QUALQUER PONTO DA ROTA?

Sim, poderás arrancar em qualquer local da rota, mas desde que depois também finalizes nesse mesmo ponto. Não obstante, recomendamos alguns locais que, ao coincidirem com vilas/localidades, disponibilizam um maior número de serviços (e.g. Estação CP, cafés, supermercados, parque de estacionamento nas proximidades, WC). Se não iniciares a tua aventura no mesmo ponto de arranque do ficheiro .gpx, terás que depois de ter em atenção o recarregamento do ficheiro no teu dispositivo GPS/telemóvel à passagem pelo ponto de arranque/chegada 'oficial'. Não aconselhamos de todo que percorras as rotas em sentido contrário do que está estabelecido, pois poderá colocar-te (e terceiros) em situações de perigo (exemplo: percorrer um singletrack com declive acentuado em sentido contrário, sendo que é maioritariamente percorrido num só sentido por vários utilizadores). Cada rota foi desenhada em função do sentido da mesma e um percurso em sentido contrário levaria a um traçado diferente.

percorri uma rota e deu-me muito mais acumulado do que é indicado no perfil da rota/komoot.

Antes da explicação, terás que efetuar uma escolha à moda do dilema do comprimido azul e vermelho. Se queres continuar a viver na "ignorância abençoada" (BLUE) interrompe imediatamente a leitura. Se estás disposto a enfrentar a realidade dolorosa (RED), aqui vai: Os dispositivos GPS que são utilizados durante as pedaladas tendem a sobreavaliar a medição do ganho de elevação. Inclusive, a margem de erro varia em função da pressão atmosférica e condições atmosféricas (exemplo: com céu muito nublado e chuva a margem de erro por excesso aumenta). Há ainda a questão das diferentes características de cada dispositivo/marca. Muito provavelmente já aconteceu tu e um amigo fazerem um mesmo percurso e no final os vossos dispositivos indicarem diferentes distâncias/acumulado. Quando as rotas são desenhadas em aplicações/programas como o Komoot/Strava/Ride With GPS estão mais próximas da realidade do território que é calculada com base no Modelo Digital de Terreno. Certamente que já viste algures os levantamentos topográficos que são efetuados com instrumentos complexos, que servem de base precisamente para a modelação do território. Ainda estará para chegar o dia que esses levantamentos serão efetuados com pequenos dispositivos GPS, como os utilizados em ciclismo/corrida. Resumindo, a perceção que nós ciclistas temos do que é acumulado está enviesada/exagerada por causa da medição dos dispositivos GPS de bordo (incluindo telemóveis).

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